Botafogo rompe acordo com Vasco Matos após impasse sobre licenças

Do lado do treinador, a justificativa foi a insegurança em relação às condições de trabalho no clube carioca. Já o Botafogo aponta que Matos omitiu informações sobre suas licenças, o que inviabilizaria sua atuação em competições como a Libertadores e o Mundial de Clubes.

John Textor estava disposto a pagar a multa rescisória de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,9 milhões), e a forma de pagamento já havia sido definida. No entanto, o Santa Clara, vivendo um momento histórico na liga portuguesa, decidiu agir para manter o técnico. Inicialmente, o clube português duvidava da saída de Matos, mas o treinador aceitou a proposta do Botafogo.

A reviravolta aconteceu devido à falta da licença Pro da Uefa, equivalente à Conmebol Pro. Sem esse certificado, Matos não poderia comandar o time em torneios internacionais. O Botafogo tentou contornar o problema buscando uma licença provisória junto à Conmebol, mas o entrave burocrático, somado à falta de transparência do técnico, pesou contra o acerto.

Outro ponto crítico foi a necessidade de Matos cursar a licença na Europa, sem previsão de novas turmas antes de junho. No Botafogo, havia receio sobre como os jogadores reagiriam a um treinador com pendências burocráticas. Enquanto isso, o Santa Clara aproveitou a incerteza para oferecer um contrato renovado com aumento salarial significativo.

Diante do novo cenário, Matos voltou atrás e assinou até 2027 com multa rescisória dobrada, agora em 2 milhões de euros (cerca de R$ 11,9 milhões). Com isso, o Botafogo segue no mercado em busca de um substituto para Artur Jorge, que deixou o clube em janeiro.

Enquanto isso, Cláudio Caçapa, auxiliar permanente do clube, comandará o time interinamente. Com licença Pro da Uefa, ele estará à frente do Botafogo na Recopa Sul-Americana contra o Racing, na Argentina.