A Comissão de Arbitragem da CBF confirmou, na última segunda-feira (7), que houve erro na marcação do pênalti que garantiu a vitória do Palmeiras sobre o Sport por 2 a 1, no último domingo, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, na Ilha do Retiro. A decisão se baseia em parecer técnico do Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais (CCEI), que analisou o lance de forma unânime e considerou equivocada a penalidade assinalada nos minutos finais da partida.
O lance em questão ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando o lateral Matheus Alexandre se chocou com Raphael Veiga dentro da área. Segundo o CCEI, composto por Nicola Rizzoli, Néstor Pitana e Sandro Ricci, o defensor do Sport toca a bola de forma limpa e o contato subsequente com Veiga foi leve e inevitável, não caracterizando infração. O grupo ainda destacou que o árbitro de vídeo deveria ter recomendado revisão do lance ao juiz de campo.
“A bola é claramente tocada pelo defensor, e o contato que ocorre em seguida é acidental. Não há movimento adicional que justifique a marcação do pênalti”, diz o parecer técnico.
A interpretação do CCEI contrasta com o diálogo divulgado entre os árbitros durante a partida. Na cabine do VAR, Rodrigo Nunes de Sá validou a decisão de campo de Bruno Arleu, afirmando que “a trajetória da bola não foi alterada” e que houve um “calço” em Veiga. A análise, no entanto, foi considerada incorreta pelo comitê.
Diante da conclusão dos especialistas, a CBF afastou por tempo indeterminado tanto Bruno Arleu de Araújo quanto Rodrigo Nunes de Sá. A decisão foi tomada com base no relatório do CCEI.
Inconformado com o prejuízo, o Sport planeja ingressar nesta terça-feira com uma representação no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para solicitar a apuração da conduta dos árbitros envolvidos. A diretoria rubro-negra quer que o tribunal avalie se houve infrações que justifiquem sanções disciplinares.
O episódio reacende o debate sobre a utilização do VAR e os critérios adotados para lances decisivos no futebol brasileiro.