A Polícia Civil de São Paulo finalizou o inquérito que investigava supostas irregularidades na venda de ingressos do Corinthians e concluiu que o clube não está envolvido em práticas criminosas, como o cambismo. O relatório, assinado pelo delegado Marcel Madruga e obtido com exclusividade pela CNN Brasil, aponta que não há indícios de invasão ou violação no sistema “Fiel Torcedor”.
Durante a apuração, a Polícia identificou casos de revenda de ingressos por sócio-torcedores. No entanto, o documento ressalta que essa prática, embora prejudicial ao clube e passível de sanções administrativas ou civis, não configura crime nem envolve os dirigentes alvinegros.
“No que se refere à conduta de torcedores que revenderam ingressos, apesar de potencialmente lesiva ao clube, não há elementos que apontem responsabilidade penal por parte da gestão do Sport Club Corinthians Paulista”, diz um trecho do relatório.
Também foi analisada a emissão manual de entradas por funcionários do clube. Segundo a investigação, esses acessos foram autorizados por meio de logins corporativos, sem indícios de má-fé ou ação deliberada para burlar o sistema.
A investigação foi instaurada a pedido de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, no contexto do processo de impeachment do presidente Augusto Melo. A Polícia Civil, no entanto, destacou que o inquérito não pode ser instrumentalizado com fins políticos.
“Não se ignoram eventuais disputas políticas internas relacionadas à gestão do clube. Todavia, o inquérito policial não deve ser usado de forma indevida, especialmente na ausência de evidências concretas de infração penal”, pontua o relatório.
Diante da ausência de elementos que configurem crime, o relatório recomenda o arquivamento do processo, reforçando que eventuais irregularidades administrativas não têm relevância penal suficiente para justificar a abertura de ação criminal contra os dirigentes.