Protestos marcam dia de Crise no Lyon, que enfrenta prejuízos e risco de rebaixamento

Aline Feitosa
O Groupama OL Training Center, centro de treinamento do Olympique de Lyon, amanheceu com protestos nesta quinta-feira (24), em um clima de insatisfação crescente entre os torcedores. Uma faixa foi estendida pelos fãs, questionando a gestão da Eagle Football, holding administrada por John Textor, também proprietário da SAF do Botafogo. A mensagem dos manifestantes foi clara: “Do orgulho à vergonha, quatro lutas pelo pódio. Sem dinheiro no final da temporada, Molenbeek? Botafogo? Lyon? Quem será o otário?”

A Eagle Football assumiu o controle do Lyon no final de 2022, com o objetivo de reerguer uma das maiores potências do futebol francês. No entanto, a gestão tem enfrentado enormes dificuldades financeiras, com um prejuízo estimado em R$ 725 milhões e uma situação que se torna cada vez mais delicada. O clube corre risco de rebaixamento após uma decisão da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP).

John Textor atravessa um 2025 turbulento, com a crise se espalhando para os clubes sob sua gestão. Além do momento conturbado do Botafogo, a situação do Lyon se agrava, e o RWD Molenbeek, da Bélgica, outro time ligado à Eagle Football, perdeu a oportunidade de subir para a elite belga, precisando agora disputar os playoffs, após um desempenho abaixo do esperado nas últimas rodadas.

A crise financeira do Lyon foi exposta publicamente em novembro de 2024, quando a DNCG proibiu o clube de contratar novos jogadores durante a janela de inverno (dezembro e janeiro) devido a inconsistências nas garantias financeiras do grupo. Naquela ocasião, o Lyon apresentava um déficit de 25,7 milhões de euros (aproximadamente R$ 157 milhões) e uma dívida de cerca de 500 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões). A Liga Francesa decretou que o clube será rebaixado ao fim da temporada caso não consiga melhorar sua situação financeira.

De acordo com o relatório contábil da Eagle Football, o Lyon apresenta um saldo negativo de 78 milhões de euros, além de uma perda de 46,7 milhões de euros no superávit de 2024. Os ganhos com a negociação de jogadores também despencaram em 70,5%, caindo de 78,3 milhões de euros em 2023 para 23,2 milhões no ano seguinte.

A única esperança de salvação financeira para o Lyon seria uma classificação para a Liga dos Campeões. Cada clube participante da fase de grupos recebe 18,62 milhões de euros, o que representaria uma injeção financeira vital. Atualmente, o time treinado por Paulo Fonseca ocupa a sexta posição na Ligue 1, com 51 pontos, dois atrás do Lille, quarto colocado, e com chances de alcançar a zona de classificação para os playoffs. O Monaco, em terceiro com 54 pontos, detém a última vaga direta para a Champions League, com quatro rodadas restantes.

Na última semana, a pressão sobre o Lyon aumentou ainda mais, após a eliminação nas quartas de final da Liga Europa. Apesar de ter vencido por 4 a 2 na prorrogação contra o Manchester United, a equipe foi derrotada por 5 a 4 após uma virada histórica dos ingleses em Old Trafford, encerrando a trajetória do clube francês na competição europeia.

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