Tarifas de Trump afetam indústria automotiva e impactam bastidores da Fórmula 1, NASCAR e IndyCar
Em comunicado oficial divulgado na última quarta-feira (9), a Haas Automation, sediada na Califórnia, informou que reduziu o ritmo das operações industriais, cortou horas extras e iniciou uma reavaliação de suas estratégias diante das novas medidas tarifárias.
Apesar do impacto no setor empresarial da marca, a equipe de Fórmula 1 garantiu que as atividades esportivas seguem inalteradas.
— As tarifas têm um impacto significativo sobre os negócios da Haas Automation, mas permanecemos otimistas quanto a soluções do governo que aliviem os efeitos sobre a indústria americana. No entanto, reiteramos que a equipe de Fórmula 1 continua com seus planos de desenvolvimento e não será afetada diretamente, afirmou a equipe.
Além da Haas, outras marcas com envolvimento direto na Fórmula 1 também estão em alerta. A Cadillac, que integrará a categoria a partir de 2026 em parceria com a Andretti Global, terá três sedes nos EUA e uma no Reino Unido. Como a produção principal será em solo americano, a nova política tarifária poderá dificultar e encarecer a importação de componentes.
Situação semelhante vive a Ford, que se prepara para retornar à Fórmula 1 em 2026 como fornecedora de unidades de potência para a Red Bull Racing e a Racing Bulls. Embora a base de desenvolvimento esteja no Reino Unido, qualquer movimentação internacional de peças enfrentará os mesmos desafios logísticos e fiscais impostos pelas novas tarifas.
No caso da Haas, embora a sede técnica da equipe esteja na Carolina do Norte, a maior parte das operações da escuderia ocorre em Banbury, no Reino Unido. A preocupação central está no setor industrial da empresa: a produção de máquinas CNC (controle numérico computadorizado), um dos carros-chefes da Haas Automation. Com a possibilidade de retaliações comerciais por parte de outros países, o preço desses equipamentos pode disparar no mercado internacional.
A tensão causada pelas tarifas de Trump também pode se estender a outras grandes competições do automobilismo americano, como a NASCAR e a IndyCar.
A NASCAR, por exemplo, introduziu em 2022 o carro da geração Next-Gen, com peças padronizadas vindas de fornecedores únicos. Muitos deles, apesar de terem filiais nos EUA, pertencem a grupos internacionais que podem ser afetados pelas novas barreiras comerciais.
Já a IndyCar importa grande parte de seus componentes de países estrangeiros. Entre os exemplos estão:
- Chassi DW12 da Dallara (Itália)
- Rodas da OZ (Itália) e BBS (Alemanha)
- Unidade híbrida da Empel (Holanda)
- Halo de titânio da Pankl (Áustria)
- Amortecedores do Canadá
- Escapamentos do Reino Unido
- Cintos de segurança de fornecedores internacionais
Com o aumento no custo de importação, tanto NASCAR quanto IndyCar podem enfrentar atrasos logísticos, aumento de despesas operacionais e dificuldades no fornecimento de peças essenciais para manter suas atividades competitivas.
As consequências das medidas econômicas do governo Trump, portanto, ultrapassam as fronteiras da política comercial e já repercutem diretamente no coração da indústria automobilística de alto desempenho dos EUA.
Notificações com novas publicações deste autor serão enviadas para o endereço de e-mail que forneceu ao se registar no "RB"
Notificações com novas previsões deste especialista serão enviadas para o endereço de e-mail que forneceu ao se registar no "RB"
Isso significa que não receberá mais notificações de novas publicações deste autor no seu e-mail.
Isso significa que não receberá mais notificações de novas previsões deste especialista em seu de e-mail.