No último domingo (13), durante uma partida da LaLiga entre Alavés e Real Madrid, o zagueiro Raúl Ascencio foi alvo de ataques da torcida local no Estádio de Mendizorroza. Aos 33 minutos do segundo tempo, o árbitro interrompeu a partida e acionou o protocolo anti-ódio após manifestações hostis contra o jogador.
Um comunicado foi exibido no telão do estádio: “O Deportivo Alavés rejeita e condena qualquer forma de violência, seja racista ou xenófoba, no esporte. Torçam com paixão e respeito.” Além disso, cartazes com a foto de Ascencio e informações sobre um processo criminal pendente foram afixados no local.
Este não é o primeiro episódio do tipo envolvendo o defensor. Em fevereiro, durante uma partida da Copa do Rei contra a Real Sociedad, torcedores pediram publicamente sua morte, resultando em outra interrupção do jogo.
As manifestações estão relacionadas a um processo judicial em que Ascencio é investigado por suposta disseminação de material de pornografia infantil. O caso remonta a setembro de 2023, quando três ex-jogadores do Real Madrid — Ferran Ruiz, Juan Rodriguez e Andres Garcia — foram presos sob acusação de gravar e distribuir imagens íntimas de uma jovem de 16 anos.
De acordo com as investigações, a vítima afirmou que as relações foram consensuais, mas que não autorizou as gravações. O The Sun relatou que, embora Ascencio não seja acusado de produzir o material, ele teria tido acesso às imagens e as repassado a terceiros. O jogador prestou depoimento e segue incluído no processo.
Em fevereiro, o Tribunal Superior de Justiça das Canárias rejeitou um recurso da defesa do atleta, mantendo-o sob investigação. Se condenado por distribuição de pornografia infantil, ele pode enfrentar pena de até cinco anos de prisão.
Enquanto o caso segue em aberto, a situação tem gerado repercussão tanto dentro quanto fora dos campos, colocando em debate os limites entre a torcida e a responsabilidade penal de atletas.