Atas do espírito

Atas do espírito

A presença da noção de espiritualidade nos documentos da Organização Mundial da Saúde é tão duradoura quanto pouco explorada, seja pelos estudiosos identificados com o campo da antropologia da saúde, seja pelos pesquisadores das ciências sociais da religião. Este texto é uma tentativa de cobrir parc...

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Journal Title: Anuário Antropológico
Author: Rodrigo Toniol
Palabras clave:
Language: Portuguese
Get full text: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7411
Resource type: Journal Article
Source: Anuário Antropológico; Vol 42, No 2 (Year 2017).
DOI: http://dx.doi.org/10.4000/aa.2330
Publisher: Universidade de Brasília
Usage rights: Reconocimiento - NoComercial - SinObraDerivada (by-nc-nd)
Categories: Social Sciences/Humanities --> Anthropology
Social Sciences/Humanities --> Social Sciences, Interdisciplinary
Social Sciences/Humanities --> Sociology
Abstract: A presença da noção de espiritualidade nos documentos da Organização Mundial da Saúde é tão duradoura quanto pouco explorada, seja pelos estudiosos identificados com o campo da antropologia da saúde, seja pelos pesquisadores das ciências sociais da religião. Este texto é uma tentativa de cobrir parcialmente essa lacuna. Para tanto, recorro a atas, memorandos, transcrições de discursos, resoluções oficiais e relatórios que me permitem acessar como a ideia de espiritualidade foi acionada ao longo do tempo na instituição e, principalmente, como ela foi articulada com outras noções, como as de cultura, religião, direitos e bemestar. Diante desse material, realizo dois movimentos. Primeiro, explicito algumas das questões que envolvem a análise do tema da “espiritualidade” nas ciências sociais da religião e justifico as razões pelas quais este texto pode contribuir para tal debate. Segundo, detenho-me nos documentos analisados, apresentando-os a partir de dois eixos de variação: a espiritualidade dos Outros e a espiritualidade de todos. Explicitarei como esses dois eixos não somente diferem, mas principalmente se articulam. Encerro o texto delineando um conjunto de consequências empíricas associadas à “oficialização da espiritualidade” na OMS e aponto para direções que novos investimentos analíticos sobre o tema podem seguir.