Cidade e cidadela: a nação reimaginada em Janela de Sónia de Manuel Rui
Cidade e cidadela: a nação reimaginada em Janela de Sónia de Manuel Rui
Janela de Sónia (2009), do escritor angolano Manuel Rui, narra a saga de uma família refugiada na guerra civil em Angola, lutando pela sobrevivência, enquanto vai construindo um verdadeiro império com os destroços de uma cidade. A medida em que a fazenda transforma-se de um espaço abandonado em uma...
Título de la revista: | Revista Scripta |
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Autor: | Ludmila Guimarães Maia |
Palabras clave: | |
Idioma: | Portugués |
Enlace del documento: | http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/17355 |
Tipo de recurso: | Documento de revista |
Fuente: | Revista Scripta; Vol 22, No 46 (Año 2018). |
DOI: | http://dx.doi.org/10.5752/P.2358-3428.2018v22n46p115-126 |
Entidad editora: | Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais |
Derechos de uso: | Reconocimiento - NoComercial - SinObraDerivada (by-nc-nd) |
Materias: | Ciencias Sociales y Humanidades --> Lengua y Lingüística Ciencias Sociales y Humanidades --> Literatura Ciencias Sociales y Humanidades --> Poesía |
Resumen: | Janela de Sónia (2009), do escritor angolano Manuel Rui, narra a saga de uma família refugiada na guerra civil em Angola, lutando pela sobrevivência, enquanto vai construindo um verdadeiro império com os destroços de uma cidade. A medida em que a fazenda transforma-se de um espaço abandonado em uma empresa próspera, vemos desvelar-se, ao mesmo tempo, uma metonímia da reconstrução do país e uma metáfora da capital Luanda. Legitimado pela ação de nacionalização de bens praticada pelo governo pós-independência, o protagonista Samuel logra não só reconstruir a fazenda, senão também se transformar no grande provedor de bens escassos, contribuindo igualmente com a reconstrução da cidade da Caála. A imagem ambígua do personagem reflete a realidade do país no pós-independência, quando a transferência do poder das mãos dos colonos para a elite colonizada não significou a ruptura das estruturas de controle do capital e de dominação da população. Luanda representa a autonomia conquistada pelos revolucionários e o modelo de ordem e prosperidade em meio ao caos bélico, não obstante, sendo a instância legal primeira do país, atua também como uma ameaça à posse legítima da fazenda. O objetivo deste trabalho é analisar como se dá o processo de reconstrução do campo e da cidade no contexto bélico pós-independência, tendo em conta a tensão gerada entre esses dois espaços, e compreender como o autor logra construir, ao mesmo tempo, uma metonímia da reconstrução do país e uma metáfora da capital Luanda, no cenário ambientado no interior de Angola. |
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