Desigualdades sociais em saúde: o exemplo da obesidade infantil

Desigualdades sociais em saúde: o exemplo da obesidade infantil

O aumento da prevalência de obesidade tem sido explicado por mecanismos ambientais obesogénicos, possivelmente associados ao estatuto socioeconómico: indivíduos de baixo estatuto socioeconómico são mais propensos a viver em áreas desfavorecidas, onde escasseiam os recursos e as oportunidades que pod...

Guardado en:
Título traducido: Social inequalities in health: the case of childhood obesity
Título de la revista: Cadernos de geografia
Primer autor: Helena Nogueira
Otros autores: Ana Lourenço;
Augusta Gama;
Isabel Mourão;
Vitor Rosado Marques;
Cristina Padez
Palabras clave:
Palabras clave traducidas:
Idioma: Portugués
Enlace del documento: https://impactum-journals.uc.pt/cadernosgeografia/article/view/2473
Tipo de recurso: Documento de revista
Fuente: Cadernos de geografia; No 33 (Año 2014).
Entidad editora: Universidade de Coimbra
Derechos de uso: Reconocimiento (by)
Materias: Ciencias Sociales y Humanidades --> Geografía
Ciencias Sociales y Humanidades --> Hostelería, Ocio, Deporte y Turismo
Ciencias Físicas e Ingeniería --> Ciencias de la Tierra
Resumen: O aumento da prevalência de obesidade tem sido explicado por mecanismos ambientais obesogénicos, possivelmente associados ao estatuto socioeconómico: indivíduos de baixo estatuto socioeconómico são mais propensos a viver em áreas desfavorecidas, onde escasseiam os recursos e as oportunidades que poderiam propiciar e apoiar uma vida saudável. Esta associação constitui a ideia central dos modelos de “amplificação da privação”, uma versão particular dos modelos de “injustiça ambiental”. Neste estudo observam-se 1885 crianças em idade escolar residentes no distrito de Coimbra. Utilizando modelos logísticos ordenados, analisam-se as associações entre o seu índice de massa corporal, a sua atividade desportiva, o ambiente construído e social dos seus locais de residência – avaliado pela perceção dos pais – com o seu estatuto socioeconómico. Os resultados mostram que crianças de menor estatuto socioeconómico são mais propensas a ser obesas e têm menor probabilidade de participar em atividades desportivas extracurriculares do que as de elevado estatuto socioeconómico. Revelam, ainda, que estas crianças têm menor probabilidade de viver numa área cujo ambiente construído seja percecionado de forma positiva pelos seus pais. Estes resultados evidenciam um gradiente socioeconómico no acesso a recursos e facilidades materiais locais, que se sobrepõe ao estatuto socioeconómico individual, originando clusters de fatores prejudicais à saúde, concluindo-se pela existência (e relevância) de um modelo ambiental de amplificação da privação que penaliza as crianças mais vulneráveis.
Resumen traducido: The increasing prevalence of obesity has been explained by environmental obesogenic processes, possibly associated with socioeconomic status: individuals of low socioeconomic status are more likely to live in disadvantaged areas, where resources and opportunities that might support a healthy living are scarce. This association is the core idea of the “deprivation amplification” model, a particular case of the “environmental injustice” theory. In this study we observed 1885 schoolchildren living in Coimbra district. Using ordered logistic models, we analyze the associations between children’s body mass index, children’s sport activity and parental neighborhood perceptions with the children’s socioeconomic status. The results show that children of lower socioeconomic status are more likely to be obese and less likely to participate in extracurricular sport activities than their high socioeconomic peers. Our findings also show that these children are less likely to live in neighborhoods perceived as adequate by their parents. These findings show that the socioeconomic differential access to local resources and facilities overlaps with the individual socioeconomic status, thereby creating clusters of factors harmful to health, suggesting the existence (and relevance) of a model of deprivation amplification that penalizes the most vulnerable children.