O Empirismo Construtivo e o argumento de Musgrave: um problema ou um pseudoproblema?

O Empirismo Construtivo e o argumento de Musgrave: um problema ou um pseudoproblema?

Em 1985, Alan Musgrave levantou uma séria objeção contra a possibilidade, por parte de um empirista construtivo, de traçar de maneira coerente a distinção – crucial para ele – entre observáveis e inobserváveis. Em sua sucinta resposta, no mesmo ano, Bas van Fraassen afirmou que o argumento de Musgra...

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Journal Title: Trans/Form/Ação
Author: Alessio Gava
Language: Undetermined
Get full text: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/6890
Resource type: Journal Article
Source: Trans/Form/Ação; Vol 41, No 4 (Year 2018).
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0101-3173.2018.v41n4.10.p177
Publisher: Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho'
Usage rights: Reconocimiento (by)
Categories: Social Sciences/Humanities --> Philosophy
Abstract: Em 1985, Alan Musgrave levantou uma séria objeção contra a possibilidade, por parte de um empirista construtivo, de traçar de maneira coerente a distinção – crucial para ele – entre observáveis e inobserváveis. Em sua sucinta resposta, no mesmo ano, Bas van Fraassen afirmou que o argumento de Musgrave funciona somente no interior da chamada ‘abordagem sintática’ das teorias, porém perde sua força no contexto da ‘visão semântica’. Mas isso não é suficiente, segundo F. A. Muller, que publicou dois artigos (2004 e 2005) com o objetivo de estender a política epistêmica do empirismo construtivo. Para tanto, Muller propôs uma caracterização rigorosa da observabilidade, que só pode ser realizada utilizando a lógica modal. O resultado foi uma nova política epistêmica (mais ampla) para o empirismo construtivo, que o próprio van Fraassen aparentemente endossou (cf. Muller & van Fraassen 2008). Neste artigo será mostrado que, todavia, a política epistêmica emendada de Muller é supérflua. Ademais, e sobretudo, o argumento de Musgrave parece, na verdade, ser um pseudoproblema.