No Nordeste setentrional brasileiro, as formas de relevo têm sido classicamente descritas como resultantes de sucessivos ciclos de aplainamento. Nessa perspectiva, são interpretadas como resíduos dos processos de pediplanação conduzida por climas secos. Essa ênfase morfoclimática, foi responsável por grandes avanços da geomorfologia do Quaternário através de estudos sedimentológicos associados, sobretudo aos depósitos correlativos. Nesse trabalho, pretende-se incorporar dados estruturais que subsidiem a interpretação e a classificação das formas de relevo segundo seus processos geradores. Esses processos incluem fatores estruturais ligados à tectônica e a deformação do embasamento. O trabalho tem por objetivo propor uma classificação de mapeamento geomorfológico com um enfoque multiprocessual e multiescalar para a referida área. A metodologia foi pautada na análise de dados geológicos, geomorfológicos e averiguações de campo, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma taxonomia do relevo organizada em classes de Macroescala, como as Formas Denudacionais, Circudenudacionais e Agradacionais; de Mesoescala, com as Unidades Geomorfológicas; e de Microescala, com as Formas de Abrangência Espacial Restrita. Tais unidades são aqui apresentadas segundo os processos geradores responsáveis, com ênfase na estrutura, no processo e nas formas, sendo assim, uma classificação didática e que visa suprir a carência de classificações regionais de caráter genético e evolutivo para essa porção do Nordeste brasileiro.