Paradoxo e animismo: Osman Lins, um selvagem civilizado

Paradoxo e animismo: Osman Lins, um selvagem civilizado

Em uma famosa objeção à comparação de sua literatura com aquela engendrada pelos nouveaux romanciers franceses, Osman Lins afirmava ser tal corrente literária extremamente civilizada enquanto, ao contrário, via-se (a si mesmo e a sua prosa) como “um tanto civilizado, mas […] mais ou menos primitivo,...

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Título de la revista: O Eixo e a Roda. Revista de Literatura Brasileira
Autor: João Guilherme Dayrell
Palabras clave:
Idioma: Portugués
Enlace del documento: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/9855
Tipo de recurso: Documento de revista
Fuente: O Eixo e a Roda. Revista de Literatura Brasileira; Vol 25, No 2 (Año 2016).
DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.25.2.297-318
Entidad editora: Universidade Federal de Minas Gerais
Derechos de uso: Reconocimiento - NoComercial (by-nc)
Materias: Ciencias Sociales y Humanidades --> Literatura Romance
Resumen: Em uma famosa objeção à comparação de sua literatura com aquela engendrada pelos nouveaux romanciers franceses, Osman Lins afirmava ser tal corrente literária extremamente civilizada enquanto, ao contrário, via-se (a si mesmo e a sua prosa) como “um tanto civilizado, mas […] mais ou menos primitivo, um selvagem civilizado”. Considerando que o primitivismo osmaniano é colocado pelo autor como algo da ordem dos “instintos” e do “incompreensível”, pretendemos com este artigo demonstrar como este aspecto foi identificado de maneira precisa pelo crítico franco-lusitano Álvaro Manuel Machado, sobretudo quando este autor propõe o “paradoxo” e o “animismo” como chaves de leitura de Nove, novena e Avalovara. Em seguida, aclararemos o interesse de Lins pela coincidentia oppositorum e pelo “olhar” dos animais propostos por Mircea Eliade, além de abordar o protagonismo dos viventes não humanos e da natureza em geral em suas duas obras supracitadas. Finalmente, exporemos como Lins, em sua literatura, elabora uma veemente crítica à pretensão à racionalidade pura.